Em vez de manter edifícios e satisfazer as necessidades dos “fregueses”, as Paróquias estão chamadas a ir muito mais longe e a abraçar a sua verdadeira missão, que é fazer discípulos. O futuro da Igreja depende disso.
Antes da sua Ascensão, Jesus pediu aos discípulos para irem até aos confins do mundo para fazerem discípulos, partilhando o Evangelho. Nasceram as paróquias. Mas, essa missão começou a perder-se ao longo dos tempos.
Chegados a 2018, é natural que exista uma grande crise na Igreja. Afinal, quando se perde a identidade, ganha-se uma crise.
Deixem-me explicar, cada paróquia – também a nossa – deve ser um oásis no meio de um mundo onde as almas das pessoas estão cada vez mais secas e vazias. Somos?
Por isso, a questão que hoje levanto é: “há algum motivo para não fazermos da nossa Paróquia um posto avançado no meio do mundo onde essas pessoas possam saciar a sede?”.
Ou, talvez esta pergunta ainda seja melhor, “existe alguma organização no mundo mais importante e que deva ter bastante qualidade do que a tua Paróquia?”.
A resposta a estas duas questões deve ser um grande “não”.
E isto leva-me a levantar nova pergunta: “o que podemos fazer para que esta Paróquia seja um posto avançado no meio do mundo para que toda a gente se torne discípula de Jesus?”
Na nossa Paróquia, ao longo do último ano e meio, temos rezado, estudado e pensado muito nestas questões fundamentais. São perguntas que nos deixam inquietos.
Os habitantes daqui precisam do melhor que temos, a nossa terra precisa de Jesus e da sua Igreja – que somos nós!
E como podem conhecê-l’O se não O anunciarmos?
A “missão” não é somente no meio da selva, rodeados de crocodilos e elefantes. É também aqui. Aqui mesmo. Mas, cuidado, só podes anunciar se O conheceres. Por isso, é importante que te tornes bom e melhor discípulo!
No ano passado, ao longo de vários encontros, apresentei a realidade da Paróquia e da Igreja Católica a todos aqueles que quiseram comparecer. Foram muitos. Há uns meses lancei o convite a todos os grupos e pessoas para iniciarem uma corrente de oração pela renovação espiritual desta Paróquia.
Nunca falha quem nada faz, não é verdade? Inquietos pela realidade atual da Paróquia, colocamos tudo nas mãos de Deus. Se revitalizar esta Paróquia é a Sua vontade, então as coisas acontecerão. E, se é mesmo a Sua vontade, então vão aparecer grandes obstáculos, provavelmente entre os fiéis mais instalados nas suas convicções pessoais e com pouca abertura à Missão da Igreja e da Paróquia. Mas, nem mesmo Jesus se livrou das dificuldades causadas pelos mais religiosos do seu tempo…
Para já, continuamos na fase da oração. Que deve ser cada vez mais intensa.
Simultaneamente, tenho falado com colegas sacerdotes que já iniciaram processos de renovação nas suas paróquias e que estão a ter ótimos resultados. Confiemos e ousemos em fazer. Ou, como diria o Papa Francisco, “A pastoral em chave missionária exige o abandono deste cómodo critério pastoral: «fez-se sempre assim». Convido todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das respetivas comunidades.”
Que todos os nossos planos de ação e de reforma sejam orientados para que todos nos tornemos melhores discípulos-missionários. Como dizia João Paulo II aos Bispos da Oceânia, «toda a renovação na Igreja há de ter como alvo a missão, para não cair vítima duma espécie de introversão eclesial».
Convido-te a ler o texto “Evangelii Gaudium” do Papa Francisco. Aqui está para descarregares.
A ti que lês este texto, sejas líder de grupo, guia, catequista, dirigente, voluntário ou não, ou sejas alguém que vem cá para rezar, tens uma missão nesta Paróquia: amar Deus, amar os irmãos e fazer discípulos.
Coragem!