Se formos realistas, podemos afirmar que as paróquias e igrejas, um pouco por toda a parte, estão a ficar vazias, envelhecidas, adormecidas, a morrer. Mas, não tem de ser assim! Nos últimos anos, vi, em primeira mão, as transformações acontecidas em várias paróquias, à medida que passam da manutenção à missão. Paróquias de todas as formas, tamanhos e feitios que estão a fazer discípulos-missionários! Paróquias onde há muitas crianças, jovens e adultos; verdadeiras casas de louvor, oração e acolhimento. Paróquias obedientes ao Espírito Santo.
A Paróquia de Palhais/Santo António, fiel a Jesus Cristo que ordenou “façam com que todos os povos se tornem meus discípulos” (Mt 18,19) e ao Papa que espera que “todas as comunidades se esforcem por usar os meios necessários para avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão” (EG 25), entrou na rede da Renovação Divina.
A Renovação Divina nasceu de uma experiência real de renovação. O P. James Mallon, juntamente com a sua equipa, transformou a sua Paróquia de Saint Benedict, em Halifax, no Canadá, numa comunidade vibrante de discípulos-missionários. Párocos, padres e líderes de todo o mundo repararam nisso. Também eu, pároco nesta Paróquia confiada à proteção de Nossa Senhora da Graça, apercebi-me que tinha muito a aprender com o P. James Mallon. Entrei em contacto com ele. E a nossa pequena (e grande!) Paróquia foi aceite na rede da Renovação Divina, com a devida autorização (e apoio) do Bispo de Setúbal e a ajuda financeira de uma generosa paróquia do Texas, Estados Unidos da América.
Entrámos nesta aventura no verão de 2018. Enquanto padre e pastor estou a aprender e a crescer muito. A minha visão alargou, ao entrar em contacto com tantos líderes de todo o mundo, de realidades tão diferentes e tão semelhantes à nossa. A Paróquia ganhou uma Equipa de Liderança e um novo Conselho de Pastoral Paroquial. Como afirmou o Papa Francisco: “não podemos ficar tranquilos, em espera passiva, nos nossos templos” (EG 15).
Iniciámos uma viagem, começámos a remar juntos e a entrar em alto mar, rumo a uma Paróquia que será uma casa acolhedora onde a Comunidade, em família, transformada pelo Espírito Santo, ama, reza, vive e serve como discípulos de Jesus e missionários do Evangelho. Este sonho, esta visão, é possível: a nossa Terra Prometida é “já ali”.
Mas, “faças o que fizeres, vais sempre receber comentários, críticas e queixas” (Padre Michael White). Nesta viagem existirão tempestades, ventos fortes, furacões, chuva, medos (Lc 22,31-32). Poderá ser necessário corrigir a rota. Quem sabe, até poderão existir rebeliões a bordo. Faz parte: sabemos que Satanás gosta de causar divisão, sabemos que ele não gosta muito que a Igreja obedeça a Jesus e sabemos que ele consegue semear má semente onde há boa semente (Mt 13,27-28). Talvez, até existam passageiros que escolham outro barco: é normal.
A história mostra-nos e ensina-nos que qualquer mudança na Igreja dá origem a um conflito… por vezes, sérios conflitos (já toda a gente ouviu falar de igrejas fechadas a cadeado, não já?). Normalmente, os conflitos surgem porque as pessoas da igreja são conservadoras e, por isso, resistentes à mudança. As pessoas associam as tradições e, como diz o Papa Francisco, “o cómodo critério pastoral: ‘fez-se sempre assim’” com a vontade de Deus e fazem de tudo para preservar esses “museus” (palavras do Papa). Uma Paróquia que quer ser de discípulos-missionários não tem como escapar ao conflito. Nem Josué escapou, ao guiar o povo para a Terra Prometida!
Ao entrar no caminho da renovação, entrámos no radar de Satanás. Agora, estamos numa verdadeira batalha espiritual, lutamos contra o poder e os príncipes deste mundo que não querem perder para Deus. É por tudo isto que rezamos a Oração da Paróquia nas eucaristias!
Quero reafirmar que seremos fiéis à nossa missão e à nossa visão. A pedido do Papa Francisco, estamos a aplicar “com generosidade e coragem as orientações da Evangelii Gaudium, sem impedimentos nem receios” (EG 33), com o sonho missionário de chegar a todos.
Neste momento, quero deixar claro que nem o Padre James Mallon nem ninguém da sua equipa nos diz o que fazer ou não fazer em relação a qualquer assunto da Paróquia. A Renovação Divina não dá respostas. Só faz as perguntas certas que nos ajudam a “desbloquear” a mente e o coração, desafiando-nos a ser fiéis ao Espírito Santo e à Igreja. É assim que eu, a Equipa de Liderança e o Conselho de Pastoral Paroquial temos trabalhado.
Quero agradecer aos vários paroquianos e aos meus irmãos Passionistas que estão a servir com alegria a Paróquia e o Reino de Deus. Agradeço, com uma grande vénia, a todos os que lideram os vários ministérios paroquiais, aos meus conselheiros do Conselho de Pastoral Paroquial e à imparável Equipa de Liderança.
Em breve, apresentaremos o “Game Plan”, o nosso plano de jogo, a nossa estratégia paroquial para fazer discípulos-missionários. Esperamos fazê-lo no próximo mês de outubro.
Aproveito este momento para convidar-te para uns dias de maior descontração e convívio, para conhecermos um pouco mais da criação de Deus e as obras dos homens, outras culturas e costumes. Dias 16 e 17 de novembro iremos a Vila Viçosa e visitaremos umas Herdades no Alentejo. Em 2020, além das peregrinações a pé a Fátima (22 a 25 fevereiro), iremos a Sevilha (24 e 25 fevereiro), a Marrocos com alojamento no deserto (14 a 19 abril), peregrinaremos a Covadonga e ao Sudário de Oviedo (13 a 16 julho), a Medjugorje (31 agosto a 08 setembro) e navegaremos num dos maiores barcos do mundo nas Caraíbas (21 a 30 novembro). Podes obter mais informações no Cartório (o número de telefone é 21 803 94 35 e o endereço de e-mail é geral@paroquia.pt).
A renovação paroquial é possível. A renovação da Igreja é possível. Nós fazemos coisinhas pequenas, Ele fará o resto.
Podes conhecer melhor a Renovação Divina em www.paroquia.pt/renovacao e contactar-me pelo e-mail paroco@paroquia.pt ou pelo site www.paroquia.pt.
Votos de boa semana!
O Pároco